Uma tira de jornal foi publicada nos jornais da Hearst foi adaptada por Bob Lubbers.
Lois e Clark: As Novas Aventuras do Superman foi uma serie exibida a partir de Setembro de 1993, criada por Deborah Joy LeVine. Sua trama era bastante focada no dia a dia do Planeta Diário e na construção do romance dos personagens de Teri Hatcher e Dean Cain, tendo como pano de fundo obviamente as aparições do herói, sendo esse realmente um aspecto subalterno ao romance.
O tom da série é leve, escapista, com tramas bem desimportantes, tudo para dar vazão a uma abordagem que atraísse mais o público feminino, já que quadrinhos e filmes do Super Homem sempre miraram mais homens e meninos. Ainda no piloto, se estabelece a sensação de que a redação do jornal é como uma família, comanda pelo divertido e pilhado editor chefe Perry White (Lane Smith) que está sempre nervoso, só conseguindo relaxar quando escuta os discos antigos de Elvis Presley. A colunista de costumes Catherine Grant de Tracy Scoggins serve de contraponto idealista de Lois, como uma mulher fogosa, estereotipada, que imita os clichês das artistas pop como Madonna, em contraponto a mulher mais recatada e sonhadora da protagonista. Fora eles, faz parte também do elenco fixo o jovem estagiário, Jimmy Olsen, feito primeiro por Michael Landes e depois por Justin Whalin. Essa mudança incomoda um bocado, já que o tom do personagem muda, e aos poucos, personagens clássicos são deixados de lado, como Grant, que só dura uma temporada, assim como o vilão que John Shea faz, como um Lex Luthor magnata e de moral dúbia. A realidade é que a primeira temporada mirava um potencial de explorar as idas e vindas do casal correndo junto aos primeiros anos de ação do herói em Metrópolis e nela, há muito sucesso, o problema é quando a série se estica.
Há alguns momentos marcantes em suas quatro temporadas, como CK criando com sua mãe Martha (K.Callan) o seu traje, ou as ligações que ele fazia para o Kansas, onde Jonathan (Eddie Jones) e ela atendiam juntos o filho. A maioria das atuações são marcantes, tendo certamente em Hatcher a Lois Lane definitiva e e em Smith o Perry White mais marcante até as adaptações atuais. Mesmo os pais do herói tem participações bem carismáticas e divertidas, quase tão boas quanto as contra partes de Smallville: As Novas Aventuras do Superboy.
Os anos noventa eram tempos mais simples no quesito adaptação de quadrinhos. As cenas de voo colocam Cain em chroma key de qualidade duvidosa, que são aplacadas pelo tom bobo dos vilões. O kriptoniano até tem algumas aventuras mais elaboradas e um vilão a altura em Luthor, mas fora isso, quando não há vilões com poderes, como a Intergangue de Jack Kirby, a presença dos vilões são genéricos. Os poucos acertos com antagonistas se situam nas tentativas de emular Metallo, o Homem dos Brinquedos ou o Homem Nuclear, o obscuro antagonista de Superman IV – Em Busca da Paz. Até há algumas participações legais como de Bruce Campbell como Bill Church, o chefe da Intergangue, mas nem essa participação dura muito.
Após o sucesso da primeira temporada, Levine tentou utilizar a figura de Lex Luthor como uma sombra sobre os protagonistas, mas em todas essas tentativas o que se viu foram tramas cansativas, seja nas pretensas ressurreições ou no uso do clichê de parente perdido que busca vingança. O programa poderia ser mais fiel, ou ao menos lançar mão de mais vilões que pudessem ser páreos para o Azulão ou que ao menos dessem algum trabalho para ele. Os roteiros são presos demais a formula de garota em apuros nas primeiras temporadas, restando depois as dificuldades que os dois passam a ter em se casar. A insistência nisso gera enfado, como se a ideia da série tivesse trama para pouco mais de uma temporada e fosse esticada para quatro. Os plots das últimas temporadas são infantis, Clark carece de personalidade e pulso, embora não seja tão capacho quanto a versão de Christopher Reeve em Superman – O Filme. Em alguns pontos até assusta como Lois se apaixona por ele, e não dá seguimento ao romance com o vilão Lex Luthor, visto no primeiro ano.
Uma coisa é certa sobre o roteiro, por mais que ele possa parecer bobo e infantil, sua exposição acaba sendo acertada na maior parte das vezes. Kal El descobre suas origens com o publico, mesmo seu passado alienígena. O modo como se é mostrado é bem legal, mistura elementos de Superman: As Quatro Estações e lembra até revistas posteriores como Superman: Legado das Estrelas.
As grandes mudanças do seriado miram o visual dos personagens. Hatcher, que troca de penteado algumas vezes, em uma tola tentativa de mostrar visualmente que ela evoluiu. A composição da personagem é estranha, pois mesmo sendo inteligente, apaixonante e independente posa de boa moça, deixando a entender que se guardou sexualmente para o casamento. Esse tabu celibatário era uma preocupação de roteiristas em alertar sobre doenças venéreas, mas o exagero no recato não faz sentido com todo o comportamento da repórter intrépida.
Smallville tem durante seus dez anos de exibição a pretensão de explorar os mitos kriptonianos. Aqui também se explora um pouco isso, mas de maneira tão apressada que mal é digna de nota. Nesta época, na mini saga que envolve Sarah e Ching há um plot envolvendo outros pretensos sobreviventes do planeta explodido, mas a importância dada a isso é quase nula. De marcante há só o uso de um uniforme preto pelo Superman, bem mais fiel aliás que o visto no material de divulgação da Liga da Justiça – Snydercut.
Entre questões moralistas, como o Super pensando em abrir mão de sua identidade secreta para não ser encarado como corno (um chantagista fotografou Lois beijando o herói), ou como em outro momento em que Lois torce para que um vilão consiga tirar sua habilidade de envelhecer lentamente, a quarta e última temporada enfatiza uma face egoísta da mulher e outra completamente abnegada do homem. Tentando deixar os personagens em pé de igualdade, Levine acaba maltratando Lois, fazendo o sub texto soar machista.
Lois e Clark marcou época, teve um sucesso considerável no Brasil e por muito tempo foi uma grande versão do Superman no áudio visual, tanto que influenciou até os quadrinhos, apressando o casamento dos dois nos gibis. Mesmo com essa recepção positiva do publico o programa foi abreviado, terminando com um gancho envolvendo a chegada de um bebê possivelmente kriptoniano. Os motivos para esse fim abrupto não são conhecidos, por mais que a audiência tenha caído e o dia de exibição tenha mudado no último ano, ainda assim, o fim era tão inesperado que sequer os produtores puderam remendar os últimos episódios. Ainda assim, o seriado conseguiu trazer o mito do Superman para um publico diferente, causando curiosidade em um novo público, mesmo com os roteiros tão fracos como são, ainda possui atuações marcantes dos personagens humanos, além de mostrar que havia sim uma curiosidade sobre historias em quadrinhos adaptadas para a televisão.
O gênero Seinen, voltado para um público mais adulto no Japão, costuma trazer obras realmente marcantes, densas e roteiros bem elaborados. Isso se deve principalmente à liberdade criativa, o Mangaká pode abordar temas mais pesados envolvendo assassinato, violência psicológica, física ou sexual, enfim, não possui as limitações impostas a obras Shounen. Por isso, Seinens geralmente são bons, mas não ficam famosos e nem vendem bonequinhos articulados como DBZ, CDZ e Naruto. E é desse nicho em particular que surgem obras fantásticas como Ghost in the Shell, Akira e Monster.
Não podemos falar de Monster sem dar o devido crédito ao mestre Naoki Urasawa, um dos melhores (senão o melhor) autor de Triller e Mistério no Japão, também criador de 20 Century Boys e Pluto. Urasawa é um dos poucos autores de mangá que consegue impor uma assinatura inconfundível, principalmente pela forma de contar a história, sempre detalhista e dando profundidade a cada personagem, você jamais verá dois personagens iguais ou esteriótipos, mesmo que se pareçam fisicamente, o perfil psicológico, os dramas e histórias de vida são sempre únicos. Outra característica que não passa despercebida é o enredo, Urasawa sabe como prender a nossa atenção, seus trabalhos são carregados de emoção, conspirações bem elaboradas e reviravoltas de tirar o fôlego, se ele quiser que você fique apreensivo, aliviado ou assustado, acredite você ficará.
Como se não bastasse ser um gênio na produção de mangás, Urasawa é também vocalista e guitarrista de uma banda de rock. Lançou seu primeiro single, Tsuki ga Tottemo em 2008, e seu primeiro álbum, Half Century Man, em 2009. Enfim, o homem é uma lenda!
O anime Monster possui 74 episódios e foi produzido pela Madhouse (sinônimo de qualidade quando falamos de animações japonesas). O anime é extremamente fiel ao Mangá, e para quem quiser conferir (vale muito a pena), foi publicado no Brasil pela Panini em 18 volumes.
A história começa com a seguinte citação tirada do livro do Apocalipse:
Vi, então, levantar-se do mar uma Fera que tinha dez chifres e sete cabeças; sobre os chifres, dez diademas; e nas suas cabeças, nomes blasfematórios. A Fera que eu vi era semelhante a uma pantera: os pés como os de urso e as faces como as de leão. Deu-lhe o Dragão o seu poder, o seu trono e a sua autoridade. Uma das suas cabeças estava como que ferida de morte, mas essa ferida de morte fora curada. E todos, pasmados de admiração, seguiram a Fera e prostraram-se diante do Dragão, porque dera o seu prestígio à Fera, e prostraram-se igualmente diante da Fera, dizendo: “Quem é semelhante Fera e quem poderá lutar com ela?”
Kenzou Tenma é um cirurgião brilhante e respeitado no Hospital Memorial, sempre chamado para realizar cirurgias em pessoas importantes e personalidades públicas, é também namorado da filha do diretor do hospital e tem um futuro maravilhoso pela frente. Durante um plantão qualquer, chega ao hospital um casal de gêmeos que foram os únicos sobreviventes de um massacre envolvendo a família deles, sendo que uma das crianças foi baleada na cabeça, ao iniciar a cirurgia, o Prefeito da cidade dá entrada no mesmo hospital, em estado grave, carecendo de cuidados imediatos. Surge então um dilema, o que fazer? O Dr. Kenzou Tenma é obrigado a fazer uma escolha moral, uma vez que a política do hospital é clara e o manda deixar o menino de lado e salvar a vida do Prefeito. Ignorando as ordens dos seus superiores, Dr. Tenma baseia-se em seus princípios, deixando o Prefeito de lado e salvando o menino.
A sequência de eventos destrói completamente a vida do Dr. Tenma, uma vez que o Prefeito acaba morrendo e a culpa recai sobre ele. Para seus superiores, o ato de salvar a vida de um garoto qualquer no lugar do Prefeito é inaceitável, assim, Dr. Tenma perde todo seu status e também a namorada. Nesse ínterim ambos os gêmeos que estavam sob os cuidados do Dr. Tenma, desaparecem do hospital e algumas pessoas que foram beneficiadas pela decadência do Dr. Tenma aparecem mortas, logo ele se torna o principal suspeito.
Com a vida e carreira destruídas, incriminado e perseguido pelas autoridades, Dr. Tenma decide ir atrás do assassino e descobre fatos ainda mais perturbadores e uma intrincada conspiração envolvendo experiências nazistas. O anime de Naoki Urasawa nos mostra, que a vida é extremamente complexa, e mesmo seguindo um código de conduta moral, agindo da maneira correta, podemos desencadear eventos terríveis e no caso do Dr. Tenma, dar início a uma busca implacável à procura de um monstro. O filme “O Fugitivo” de Harrison Ford nos vem à mente, mas não se engane, mesmo com alguma semelhança, Monster possui um roteiro infinitamente superior e uma trama envolvente que nos prende do início ao fim!
Por ser uma trama repleta de reviravoltas, aprofundar-se na sinopse sem deixar um ou outro spoiler, seria praticamente impossível, no mais, só posso recomendar esse anime magnífico e dizer que você dificilmente encontrará algo tão bem escrito, bem amarrado, cheio mistério e suspense por aí! Bem que poderia virar uma série em live-action da Netflix ou HBO…
Obrigado meus amigos Geeks! Comentem sobre o que acharam e até uma próxima!